Imprimimos muitos objetos com os nossos filamentos, tivemos longas conversas com interessados no assunto e resolvemos inúmeros problemas
de clientes nas impressões deles. Gostaríamos de compartilhar nossa experiência:
O retract é determinado por basicamente três parâmetros que são ajustados no software fatiador:
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velocidade (speed), geralmente em mm/sec: isso define a velocidade com que o filamento será puxado para cima
e em seguida recolocado. Inicialmente, quanto maior o valor, melhor. Inicia-se com 20 mm/sec.
Um erro muito cometido é ajustar uma velocidade alta demais. Valores acima de 50 mm/sec são suspeitos, porque aqui a
extrusora simplesmente não consegue mais transmitir o torque necessário ao filamento e o retract começa a falhar -
o parafuso-trator provavelmente vai "comer" filamento.
O melhor é sentir o retract pegando o filamento entre dois dedos, pouco acima da entrada do hot-end.
Caso o retract esteja sendo executado corretamente, aumenta-se a velocidade na próxima impressão e repete-se o método.
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distância, geralmente em mm: determina quantos milímetros o filamento será puxado em cada retract. Inicialmente,
quanto menor o valor, melhor porque mais distância custa tempo e diminui a precisão da extrusão.
Cada
retract puxa a ponta quente do filamento para dentro do
hot-end levando calor junto, o que aumenta o trecho
dentro do canal do
hot-end em que o filamento fica mole.
Já discutimos acima que
isso pode levar a um entupimento do canal do
hot-end. Eis um outro argumento para ajustar a distância do
retract
para um valor menor possível.
Em extrusoras direct-drive uma distância de 2 ou 3 mm deve ser suficiente. Em extrusoras do tipo bowden, devido a
folgas do filamento dentro do tubo, usa-se geralmente um retract um pouco maior.
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movimento mínimo (minimum travel), geralmente em mm: isso define que apenas movimentos longos (acima do valor
indicado) sem impressão são emoldurados por um retract. Inicialmente, quanto maior o valor, melhor.
Um valor muito pequeno ou até 0, além de prolongar o tempo gasto na impressão, provoca mais retracts e pode levar, em certas
circunstâncias, ao entupimento do canal do hot-end - veja a discussão sobre a distância acima.
Nas 3 fotos reconhece-se ...
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... uma impressão com um fluxo pequeno demais que
deixa na superfície da impressão lacunas entre os adjacente passagens do bico extrusor
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...uma impressão com um fluxo correto: a superfície fica lisa e sem frestas
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... uma impressão com um fluxo grande demais que faz o plástico extrudado ser pressionado
para os lados do bico extrusor e deixa a superfície impressa rugosa
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No software fatiador
Slic3r,
por exemplo, ajusta-se o fluxo no menu
Filament Settings/Filament através dos parâmetros
Diameter (valor nominal
do diâmetro do filamento usado) e
Extrusion multiplier : o valor nominal do
Extrusion multiplier é 1.0,
um valor baixo demais do
Extrusion multiplier dá um resultado da foto à esquerda e um valor alto demais dá o resultado à direita.
No software fatiador
Cura,
por exemplo, ajusta-se o fluxo na aba
Basic através dos parâmetros
Diameter (valor nominal
do diâmetro do filamento usado) e
Flow: o valor nominal do
Flow é 100 (%), um valor baixo demais do
Flow
dá o resultado da foto à esquerda e um valor alto demais dá o resultado à direita.
Quando o seu filamento varia de diâmetro ao longo da impressão, a peça tem pior acabamento. É um sinal do não uso de filamentos da
3D.on, pois esses possuem uma variação de diâmetro mínima:
Um critério importante na escolha do filamento é a constância do diâmetro dele!